quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Puro Momento de Princesa

Não devia estar aqui a escrever isto mas não pude resistir.

Neste momento tenho um sol fabuloso a entrar pela minha varanda dando um tom mais luzidio ao rio que vejo lá ao fundo, por isso como podem ver é praticamente impossível desenvolver qualquer exercício de concentração que seja.

Enquanto isso a música aleatoriamente tocada vai ecoando à minha volta como uma brisa maliciosa em conjunto com o calor do sol nas minhas pernas, isto é, a dupla perfeita!

Costumo pensar muito naquilo que é suposto escrever aqui no blog momentos antes de atacar o teclado dando prioridade às ideias mais sólidas ou plausíveis sem nunca descurar na construção frásica ou ortográfica, a ortográfica é que não!, e acabo muitas vezes por me esquecer do essencial: que isto é o meu pequeno confessionário, ora bolas!

Não há regras, normas, cânones ou temas obrigatórios apenas o simples e singelo acto de transpor tudo aquilo que se passa na minha mente para este conjunto de chips e afins. O resultado costuma ser algo incerto mas a sua natureza não, visto sair toda do mesmo sítio: de mim. Por isso se me dão licença...

Hoje aprendi a dançar o cha-cha-cha e achei uma experiência tão peculiar e engraçada que atrevo-me a ansiar pela próxima aula.

Logo após o regadinho, sim a dança do regadinho!, separámo-nos em rapazes para um lado e raparigas para o outro. O desafio estava lançado e os olhos expectantes estavam postos nos pés grandes do professor enfiados numas pequenas e ridículas sapatilhas.

"Dois, três e cha-cha-cha" repetia enquanto nós, pequenos e tortos mortais, tentávamos atinar lá com aquela coisa. Ao início eram pernas a trocarem-se, pessoas a pararem e a recomeçar mas assim que entrámos no mesmo compasso a coisa lá se uniformizou. O melhor mesmo foi quando o professor lá resolveu por música para ilustrar os nossos passos anteriormente vazios e sabem que vos digo, meus caros amigos?

Foi espectacular! Quer dizer, fora de hiperbolismos, também não foi fabuloso ou perfeito como uma uma autêntica companhia de dança mas foi leve, descontraído e rapidamente várias ancas começaram a sentir a música.

Estava tudo tão bem até que chegámos a parte mais temível: dançar a pares.

Confesso que fui a primeira da sala a fazer cara feia mas também uma das primeiras a meter-me com um rapaz para dançar. Sim, é verdade, era eu que me chegava sempre à frente mas afinal de contas estavamos ali todos para quê? Dançar...e o resto é barulho!

Lá "rodei" por três rapazes diferentes e palavras banais, voláteis e tansparentes foram trocadas durante o tempo inteiro de uma música, isto é, cerca de 2 a 3 minutos.

Sabem o quão trabalhoso é tentar acertar a rotina da dança com os outros pares da sala, tentar não pisar o meu par, que por acaso aconteceu umas 3 vezes, e manter um ar de pessoa concentrada? Sabem? Pois não porque é de facto difícil!

Mas pronto, lá consegui coordenar-me e até distribuir uns sorrisozinhos de absolvição entre os pobres rapazes que pisei.
Apesar de tal tenho de admitir que gostei muito e que assim que me apanhei em casa começei a treinar sozinha, assim como quando saí da aula e gritei para um amigo meu:

"-..., já sei dançar o cha-cha-cha! Já posso dançar contigo!" ao que ele riposta, "Então venha de lá isso!" e pega em mim que apesar do meu embaraço e surpresa inicial lá me "rendi aos seus encantos" começando a dançar e rir. E o rapaz dançava tão bem e tinha uma posse tão boa, afinal de contas ele tem aulas disso mesmo, que os rapazes que estavam à minha volta rapidamente mo roubaram dos braços e pediram para que os ajudasse a fazer o mesmo...

Isto há coisas...já nem deixam uma simples rapariga ter um puro momento de princesa!

Ás vezes são precisas pequenas experiências destas, pequenos contactos ou variantes para me sentir viva. E não refiro apenas ao meu amigo mas à iniciativa de convidar os rapazes, à experiência nova, à harmonia com o grupo mas mais que tudo, à própria dança que me relembrou o seu efeito à tanto esquecido.


*
Bem haja
Foto: Anne Hathaway

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