domingo, 24 de maio de 2009

Revistas


Meus caros e praticamente inexistentes voyeristas, aqui vos saúdo desta meia.noite de uma maravilhosa segunda.feira - bem sei que aguardam em ânsia e expectativa a nossa futura rubrica (não posso censurar ninguém, pois eu também aqui a espero fielmente) mas estas coisas precisam de empenho, premeditação e.. de uma bela selecção oficial que determinará os felizes escolhidos para aqui figurarem. Ou então não. Mas pronto, aqui ninguém se ofende neste pequeno espaço privado e o que eu quero mesmo é falar.vos do que foi a minha vida há duas semanas atrás, apenas para meu egoísta devaneio: um agradável e corriqueiro - inferno.

Mas não façamos disto caso. Esqueçamos as semi.directas (em que só vingava mesmo uma hora de sono para que, quando o resto do mundo cá em casa acordasse, não me visse ainda de olho colado ao ecrã do computador) ou as mui afortunadas noites em que lá consegui ir para a cama a umas espectaculares 4h da manhã - saudosos tempos estes. E o mais curioso.. bem, é que em justa verdade não posso culpar mesmo mais ninguém senão eu. Digamos que é sempre esta maravilhosa relação que eu tenho com o tempo de tanto amor, tanto amor, que chega a roçar a violência doméstica de bastão na mão. E no fundo o motivo era tão simples quanto isto:

dar os últimos retoques numa revista personalisada.

Confesso que me fez alguma comichão nos nervos tais hábitos noctívagos por noites consecutivas mas também acho, não já sem uma nota algo masoquista implícita, que se aplica aqui bem o provérbio que "quem corre por gosto não cansa". E enfim, se as minhas súbitas necessidades de adormecer no autocarro provam o contrário (que sim, que afinal até cansa um bocadinho ficar privado de boas horas de sono) a verdade é que, preguiçosa como sou, não ficaria de todo ali se não me desse um certo prazer todas aquelas photoshopices e outras edições que tal numa tentativa de perfeccionismo inútil. E depois, uma da manhã, três, cinco... hão.de reparar o quão espectacular é a relatividade do tempo na madrugada: se temos algum projecto para fazer é vê.lo voar disparado pelos número frios do relógios digital; se pelo contrário sofremos de insónias ou de algum pesadelo que nos acorda a meio da noite é aguardar pelo moroso arrastar dos minutos até que os primeiros pássaros da alvorada nos tragam alguma esperança de vida existente nas ruas.

Mas voltando à revista, este fruto de um trabalho de área de projecto em conjunto com o senhor miguel e a menina desenho animado (e até com a participação do artigo ímpar da Hepburn sobre o filme Milk), o que é facto é que fiquei com os sentidos espicaçados para esta área. Acabei aquilo e até pensei, muito sincera e criticamente, que teria de servir pois aquilo que projectara inicialmente era.. bem, era algo ilusoriamente grande.

Mas pronto, lá me reconciliei com a vida. Afinal o público pareceu gostar e, mais importante que isso, também a professora que nos vai dar nota - por isso façam figas desde já. De resto, as ideias ficaram; uma série de ideias efevervescentes e borbulhantes que, quem sabe à pala de pretexto, não se haviam de adequar lindamente às crónicas? Vá lá que não seria motivo para chamar leitores.. mas que bem que assentavam no formato.

E só para chatear, nem a propósito, hoje dei de caras com algo maravilhoso que se não roça exactamente aquilo que tinha em mente, então é porque vai para além do concebido (é favor notar o geniozinho que está em virar as páginas de uma revista virtual). Afinal quem não gosta de motivos vintage, ideias alternativas, tiragens selectivas e grafismos cuidados?
Eu sei que gosto.



*

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Porque raio gostamos dele?

Iniciamos aqui uma nova rubrica em conjunto que se intitula de "Porque raio gostamos dele?". É um espacinho onde nos propômos a explicar ao nosso tão fidelíssimo e inexistente público, a razão pela qual desenvolvemos paixões platónicas, ou não!, por certos rapazinhos de sexo masculino. Talvez...talvez em breve se estivermos bem dispostas e o tempo améno consideremos a hipótese de fazermos esta rubrica com moças.
Ah é de referir a nossa única particularidade: NUNCA! Mas nunca postaremos aqui neste espaço fotos banais, padrão, mais conhecidas ou mainstream sobre um determinado rapazinho. Todas as fotos aqui postadas, para quem ainda não reparou, são sempre quase pouco conhecidas ou desconhecidas até. Por isso continuaremos com o caso, ainda mais agora nesta tarefa tão hercúlea que nos espera!

Até lá aproveitem o que vos damos de muito bom grado e não refilem!

A arte de ser criticada e a arte de viver

Boa Noite, meus caros e inexistentes leitores!
Quer me parecer que vos espera aqui um ainda longozinho post de minha autoria.É verdade. Mas depois vocês pensam:-Se esta pobre rapariga se queixa tanto que não tem vida como é que ela vai arranjar coisas para conosco partilhar? Donde vem o assunto, afinal de contas?

Pois bem meus caros, o assunto vem de facto da minha vida! Surpresa das surpresas! Na verdade o assunto vem do quotidiano, vem da minha mente, vem da música que agora oiço, vem do tecido que sinto na pele quando me deito. O assunto vem de todos os lados sem autorização alguma.

[Ora demos então início à ópereta]

Nos últimos dias, senão mesmo semanas mas vá, mais dias, tenho sido testada. Um teste duro por sinal. Um teste às minhas convicções, certezas absolutas de pedra inquebrável, um teste também à minha capacidade de reacção.

Como da última vez que escrevi, fui chamada à atenção pelos meus pais. Fui editada, corrigida e formatada novamente. Mas numa dimensão menor. Há dias um rapaz disse-me que eu não era a pessoa mais fácil para fazer amigos. E um professor após a entrega de um trabalho que me levou a aterrar finalmente na cama às 4 da manhã atirou-me com um "pois fazem tudo em cima do joelho!" para cima.
Na quinta-feira seguinte depois de todos estes pequeninos, irritantemente pequeninos, incidentes sentia-me ressacada. Acordei a muito custo com vontade de me esconder na despensa junto das massas e latas de conserva. Grandes companheiras estas que ao menos não critícam.
O cenário era uma aula de português, a música era a história de Blimunda e o maneta Sete-Sóis, a vontade nenhuma e o sono mais que muito. Mas infelizmente o que prevalecia era de facto aquela pequenina afirmação: "Vamos ser sinceros, tu não és das melhores pessoas para fazer amigos". Esta maldita não parava de correr de um lado para o outro na minha cabeça. Parecia doida. E sempre que a tentava abafar com umas linhas d'"O Memorial", em vez de sossegar ou adormecer como metade da turma, gritava desalmadamente.
Agora vejamos, meus caros, eu não me importo que seja criticada. Aliás nem se trata de me importar ou não. O mundo lá fora é um selva, como dizem, e uma pessoazinha precose como eu tem de se habituar a isto mesmo. É esta a magia de se tentar crescer. E apesar de ser um enorme chavão, estas críticas só me vão fortalecer enquanto pessoa, a sério que vão. Mas bolas, tantas seguidas? Tão injustas e tão cretinas? Ditas por pessoas que deviam olhar primeiro para elas?
Isso, meus amigos, isso é o que me custa mais a engolir.

Uma coisa são os nossos pais que já lá estiveram, já passaram, sabem e querem-nos proteger. Dói como se farta, como uma queda de joelhos que me fartei de dar quando era mais miúda. Bem me lembro das dores, eram insuportáveis. Parecia que por breves segundos o mundo nos tinha caído, literalmente, nos joelhos. Mas agora ser criticada por uma criança da mesma idade que eu e de uma forma completamente exagerada e bruta? Sinceramente não.
Não chorei, não gritei, não bati em ninguém. Apenas olhei e engoli em seco. Nada mais há a fazer em situações como estas. É esta a arte de ser criticada.

Enfim mas o que lá vai, já lá vai e eu continuo aqui. Permaneco aqui como a árvore que cumprimento todos os dias de manhã ao sair de casa rumo à escola. Permaneco aqui, todavia as minhas convicções parecem mover-se um centímetro que seja cada dia que passa para que no final da semana, eu reparar que já não estão da mesma forma em que eu as deixei. Talvez isso seja bom porque significa que sou uma pessoa de espírito aberto, sem ideias muito traçadas que consegue viver a vida com calma e que consegue usar o seu trunfo mais precioso, a adaptabilidade.
Mas também é mau porque ao sentir que as minhas convicções estão a migrar para sul em pleno Inverno, sou logo invadida por uma sensação pior: a fragmentação. Sinto-me frustrada, cansada, triste e desiludida. Sem unidade, sem concenso. Digo que vou fazer uma coisa mas acabo por fazer outra. Ahhhhh!
Segundo o meu querido pai, eu não devia levar as coisas tão a sério e devia parvejar mais. Parvejar. Adorei a ideia mas a minha racionalidade não. Porque ao mínimo parvejamento, ela aponta-mo como desleixo.
Logo é uma espécie de pequena lutazita interior que vivo semanalmente, vá.
De uma coisa tenho plena consciência:
Não existem verdades absolutas e não posso, de facto, agarrar-me a ideias feitas só porque me dão mais segurança. Porque depois, no final de contas essa segurança dissipa-se como fumo esgranquiçado de cigarrilha. Nada bate certo, aliás nada corresponde àquela nossa ideiazinha brilhante colocada no pódio do nosso imaginário. E é esta a arte de viver.

[Tenho é de aproveitar a vida e ir com calma.]

Mas sabem o que é mais idiota disto tudo?
É que esse aproveitar a vida e ir com calma acabam por ser tratados por mim como trabalhos de casa ou tarefas para a semana. Não são o meu estilo de vida...e isso é o que me asssusta mais. Pena que eu ainda não tenha acertado o passo sobre esta complexa arte de viver.
*

Um bem haja

P.S.-Cheguei à conclusão que o nosso blog só irá ganhar visibilidade quando comecarmos a falar sobre sexo, roupa, homens, cremes anti-celulíticos (não q tenha nada contra estes!), saldos, nova york, blá blá blá.....porque a quantidade de blogs de mulheres a falarem sobre isso a terem níveis de popularidade impressionates são, literalemente, a dar com um pau!

[foto:a magestosa Audrey Hepburn, esta sim, esta mulher dominava a arte de viver]

quinta-feira, 21 de maio de 2009

"Alienismo"

Escrevo porque torna as coisas mais claras, límpidas, concretas. O paradoxo que aqui se põe é que eu, sobre as nulidades que nada têm que se lhe diga, sempre sei elaborar uma tese de contornos surreais mas ainda assim firmes e convictos, como forma a preencher um assunto que não tem assunto.. mas por outro lado, fico completamente em branco e desamparada quando preciso de escrever sobre algo mais intimista, mais próximo e mais "meu" (e quando digo isto, não me refiro ao eu teórico, sobre o qual muito divago, mas ao eu sentimental, claro).


A verdade é que fico perfeitamente em branco quando pretendo falar dessa parte. Contudo, e agora penso, a razão para que talvez isso aconteça seja porque, genuína e honestamente, os sentimentos que deviam dar origem e conteúdo a tais reflexões.. não estão lá. Ou então, se estão lá, estão adormecidos. Sim - posso mesmo apostar que estão adormecidos.

A questão é que nunca me considerei uma pessoa fria, nunca me vi como alguém mais racional que sentimental, nunca sequer me visualizei como quem toma uma atitude tão distante. Eu lia os romances de adolescentes que enchiam as minhas prateleiras quando era miúda e imaginava que era romântica - não estava apaixonada mas sabia que o era, pois desprezava o conceito de "curte" e queria mesmo era algo com significado.
Contudo, se há uma coisa das mínimas que consegui recolher pela experiência, é que tudo aquilo que julgamos ser numa situação.. não somos. Pelo menos não fui em vários momentos e nesse campo.. nesse campo é incrível tomar finalmente plena consciência de até que ponto isso é verdade. Paro - preciso de parar e, mesmo que me digam para não pensar, preciso de pensar. O que eu acho que vocês não sabem, não se lembram - não interessa (!) - o que é ser um individuo que, na sua vertente mais pura e genuína (a emocional) é no fundo um perfeito alienado.

E chegámos à palavra que procurava: alienado. Ser alienado é ser desligado: e é assim que estou, e é assim que sou. Talvez seja um método de defesa (tenho aliás a certeza que é) mas penso que o tempo tornou esta característica parte dominante da minha personalidade. A pergunta que se impõe é saber se não se tornou também parte definitiva dela - e disso começo a ter pavor.

Por outro lado a palavra remete para uma associação óbvia e quase intuitiva: alien. A impressão que eu tenho por vezes nesta matéria é de um profundo e complexo.. isolamento. Como se estivesse numa bolha em que oiço e compreendo o que se diz mas a partir da qual não consigo expressar a essência do que acho.
Por isso foi ainda mais inconcebível achar que alguém poderia gostar de mim. Não em termos racionais, não em termos teóricos, mas pela confrontação efectiva de que alguém gostava de mim - como eu sou e pelo que sou. Só agora percebo quão assustador é este conceito.. o quão grande. como me conheço tão bem a mim e aos meus defeitos e por estar habituada a pensar que nunca sou eu o centro da questão não deixa de ser estranho. Enfim, só nunca concebi que alguém perdesse o sono por minha causa. É surreal.

E contudo, eu vou descartar essa pessoa. Friamente, fútil e cruelmente o digo nestes modos, aqui, (que é o escape que as palavras por dizer não permitem exprimir de outra forma) mesmo que não o tencione fazer de forma fria, fútil e cruel. Não - já não sou uma puritana à procura de uma união perfeita (pelo contrário) mas só tenho um requisito: é que exista uma base, uma intuição, uma mínima vontade. Como não é o que acontece e por haver uma série de outros factores (looongos factores), então encerro aqui o meu caso e, ironicamente, trato dele alienada. Mas sabem que mais? Nem vou ficar com remorsos por isso.

E só isso me dá, mais uma vez, o suficiente para pensar.

*

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Razão tão cobarde

Porque os exames estão aí e o tempo insiste em não abrandar, o aldrabão!
(razão tão cobarde para por uma foto tão boa da Dorothy, outro alter ego aqui da vossa Miss!)

terça-feira, 12 de maio de 2009

Questão de segundos


Não estou a escrever para encher, nem estou e escrever por ser na vaga do desabafo cansado: no entanto escrevo hoje, porque é hoje que interessa e escrevo.o como desabafo cansado (semi, se preferirem) porque é disso que se trata (e não se preocupem que voltarei sempre ao meu registo disparatado). Estou a escrever para desabafar - ou para no fundo relatar uma mera observação vista pela perspectiva de quem já só vê quase de fora. Porque há dias em que no final só ressalta mesmo um elemento importante por detrás dos outros.. e que é isso mesmo que resume tudo o resto.

Teste de Desenho de manhã. Espero sair de casa ainda com quinze minutos de antecedência mas falta qualquer coisa - falta sempre qualquer coisa. Aproximo.me da paragem, já em passo nervoso e apressado.. e é a poucos metros de mim que vejo o autocarro passar à minha frente. Uma questão de segundos e estava lá. Uma questão de segundos e teria apanhado o transporte seguinte também a tempo, não teria esperado mais um quarto de hora e, em suma, não teria transformado a falsa precaução inicial em dez minutos de atraso fundamentais ao teste.

Regresso a casa e mais uma crónica de autocarro. O mesmo cenário da manhã, com a única diferença que acompanhada de cansaço, a braço dado com as minhas invulgares (mas que já fazem hábito) grande mala a tiracolo de portátil incluido num lado, e descomunal pasta de desenho com respectivos trabalhos no outro. E desta vez corri - mas corri a sério.
Sim, lá acabei por entrar - por uma questão de segundos - mas só depois de todas aquela panóplia objectos me baloiçar desajeitadamente nas mãos, de chegar esbaforida e, enfim, completamente desgastada e envergonhada perante transporte cheio que me observava e fazia lembrar de outras corridas do mesmo género em tempos mais ingénuos.

Fim do dia. Esperamos libertármo.nos das malas e roupas que carregamos quando chegamos por fim a casa e de libertármor.nos, por arrasto, desses pensamente sujos e acumulados ao longo de um serão rotineiro particularmente cansativo.. mas era tempo de voltar a sair e sim, queria - tinha - de provar que conseguia chegar cedo, que era desta vez. Estava pronta, meti.me no carro. Era um percurso muito curto, por amor de Deus, porque é que nunca mais conseguira chegar a horas? E tinha de o fazer, tinha de provar que pelo menos estava lá a tempo, mesmo que se resumisse tudo a isso mesmo..
Saí do carro e, acto contínuo, vejo a figura encapuzada a passar por mim. Mas literalmente uma figura encapuzada sem cara que sabia quem era. Passava.. mas já ia na direcção oposta, afastado o suficiente para que não me pudesse dirigir a ela sem um desvio - e para um desvio precisava, perante a minha consciência, de um pretexto racional.

E por isso vi a criatura afastar.se perante aquele momento de pura ironia, de alguém que não minha, enquanto o meu olhar a seguia sem sequer ter a certeza concreta e confirmada de quem era. Suspirei e revirei os olhos - por uma questão de segundos. Ajeitei a maldita capa do britânico e prossegui caminho.

E tempo.. mais que graciosidade ou ousadia ou o quer que seja que eu ande a remoer em filosofias teóricas privadas, é o elemento importante por detrás dos outros.



*

sábado, 9 de maio de 2009

Oh não ainda há pózinhos nos cantos da caixa de plástico!


Confesso-vos desde já que me estou a obrigar a escrever pois não me sinto nada virada para as bloguíces do costume mas sinto alguma obrigação de vos dizer algo, meus caros inexistentes leitores.

O tempo tem vindo a passar assim como os dias. Encontro-me agora na recta final para algo diferente, algo novo e, esperemos, melhor. Estou portanto na transição. Não sou a mudança mas sim aquela que trabalha para a mudança. E por falar em trabalho hoje o meu nível de produção escolar foi relativamente fraquinho em comparação com o stress por mim desenvolvido logo no início desta tarde por causa de prazos, apresentações, falhas técnicas, logísticas ou até mesmo de vontade.

Confesso-vos, já pela segunda vez neste texto-que criatividade a minha-, que hoje não me apetece estar com metáforas, eufemismos, hipérboles, alegorias, enumerações (ups!), não me apetece estar com nenhum tipo de figura de estilo. Estou cansada e o relógio minúsculo no canto inferior direito aponta para a meia noite e treze e ainda para mais tenho duas fichas de português para fazer.
Que post tão secante e desinteressante, eu sei mas não me peçam mais que estou seca. Seca.
E amanhã voltamos ao mesmo.

Mas oh não ainda tenho uns pózinhos mesmo lá nos cantos da caixa de plástico e vou tentar ver se vos digo alguma coisa com o mínimo interesse:

-Pouco ou nada falo com o Hulk para uns, Príncipe do Egipto de Mocassaints para outros por absoluta e completa culpa minha. A verdade é que não me apetece estar a ressuscitar fantasmas do passado. Bolas, não é que seja de facto um fantasma ou algo penoso, mas é que já foi. Não me apetece estar a finjir que gosto ou a esforçar-me para que dê, nem mesmo para os mínimos olímpicos, é verdade (que cobarde que sou! eu sei...)
O comboio já partiu e em vez de me lamentar por tê-lo perdido, resolvi ir a pé.

-Algumas pessoas já descobriram este nosso blog de tal forma que antes de escrever já começo a desenvolver uma espécie de autocensura o que é muito mau sinal. Péssimo. Estou a fugir às linhas tortas mas directivas implementadas no dia em que estas duas maestrinas desta conspiração artesanal, resolveram contribuir para um mundo melhor e mais justo. Mas enfim...que se lixe!(apensar de primar aquelas teclas e escrever esta afirmação, não o sinto e sei-o perfeitamente. Daí a minha omissão de futuros tópicos. Olhem, temos pena!)

-Fui editada à pouco tempo. Duas vezes em dois dias. Ia tendo um curto-circuito. Ia explodindo mas a verdade é que ainda tenho muito que aprender. Fêz-me bem. Na crítica há uma verdade e por muito fria que seja, por muito geladinha que seja, é precisa. Logo a seguir um embate brutal donde resultaram lágrimas e retóricas cuspidas para as janelas frias do carro. Entre uma vozinha doce como framboesa "-A chorar poquê, Miss Hepburn(...)?" e soluços de fazer saltar o peito, lá aprendi umas quantas coisas em jeito de estalada para mim mas de conselho terno para eles. Eles tinham, têm e terão sempre razão. Por isso é que se chamam pais. Em apenas meia hora cresci quase um ano.

-Ainda estou a processar vagarosamente, porque é assim que costumo digerir acontecimentos curiosos, o vislumbre da minha fantasia do 11ºano. A minha panca, a minha grande paixoneta, o meu crush impossível. O meu "Bifana". Naquele aproximar e cumprimento costumeiro de dois beijos, pude analisar em micro segundos o estado em que o meu rapazinho, à muito desaparecido, se encontrava. Continua com aquele ar de puto reguila de olho azul e covinhas no sorriso. Todavia, é uma puto reguila mais gasto, mais estragado, mais velho. Mais estranho. Tenho a certeza que não consegui disfarçar o meu ar de surpresa mas "o" rapaz que eu ansiava quase todos os dias para ver no portão, a nossa triste sala social portanto, que eu ansiava por falar ou só mesmo passar, apareceu-me completamente desprevenida. Completamente. E o mais esranho foi que em vez de ficar nervosa, ansiosa, atraída ou mesmo divertida, fiquei parada, cordial, pacífica e triste.
O que foi e o que é. Óbvio que sabia que isto era tão certo como me chamar Noémia (frase antiga familiar) mas nunca pensei que fosse assim. Enfim...

-Entretanto tenho tentado ir à Feira do Livro mas estas têm todas desembocado em tentativas falhadas. Queria também ir ao teatro ver a peça "Menina Júlia" com o Albano Jerónimo, que confesso me suscita um grande interesse, e ler mais alguns livros mas não tenho tempo. Bolas às vezes pergunto-me como é que os outros conseguem? Será que sou eu que sou a atrapalhada? Que chatice!

Bem desculpo-me com a maior sinceridade que possa caber no meu peito pela escrita mais vulgar de que me servi hoje. Não é habitual ou se é sou eu que estou a ficar intelectualmente senil, Valha Nos Deus!


Um bem haja população humanóide
*

[Vou mas é fazer companhia à minha mãe que ela está sozinha na sala e não gosto nada de a deixar lá sozinha. É muito chato estarmos sozinhos.]
foto:The Wizard of Oz, um dos meus filmes favoritos

segunda-feira, 4 de maio de 2009

The International_Crítica

O filme de Tom Tykwer não podia ter vindo em melhor altura. A crise económica está na ordem do dia, empresas vêm-se a colapsar e a descrença no sistema bancário aumenta.
Esta mesma descrença é aqui retratada através da investigação levada a cabo por Louis Salinger (Clive Owen), agente escocês da Interpol, a uma das mais poderosas instituições bancárias do mundo, o International Bank of Business and Credit (IBBC). Este banco desenvolve sob o seu credível nome de instituição de crédito actividades ilícitas como: lavagem de dinheiro, tráfico de armas e a desestabilização de governos de países estrategicamente colocados, entre outras ilegalidades internacionais.
Como incorrompível e imaculada organização que é retratada no filme, esta não deixa que nenhuma prova ou pista seja deixada ao acaso ou descoberta, calando de todas as formas os informadores que estejam dispostos a denunciar o banco e a prática de tais actividades condenáveis.
A perseguição levada a cabo por Salinger, homem de feições marcadas, persistência férrea e barba por fazer não se trata apenas de um simples trabalho mas de um ajuste de contas auxiliado por Eleanor Whitman (Naomi Watts), advogada assistente do Procurador Geral de Manhattan.
O facto de se tratar da Interpol e não de uma CIA ou de um FBI demonstra deste já a intenção de se explorar um novo cenário, aqui internacional, fugindo ao típico engodo americano. Esta intenção está igualmente presente na escolha dos vários cenários de filmagem (Museu Guggenheim, em Nova Iorque, Grand Bazar em Istambul, Milão e Berlim) espalhados pelo Mundo.
Todavia a crítica não deixa de ser feita, apontando a burocracia e a incapacidade de actuação da Interpol através da frustração de Salinger.
A perseguição ao dinheiro utilizado pela IBBC assim como ás escassas pistas que surgem a muito custo, levam os dois agentes a percorrerem estas diferentes cidades.Aqui a fotografia tem um crédito enorme através da excelente captação destes vários lugares, destaque para o Museu Gugghenheim e para o Grande Bazar em Istambul, quase a jeito de Danny Boyle, reforçando a coesão do argumento sem ser exausto ou confuso.
A história apesar de simples é coesa e o argumento muito bem escrito com diálogos extremamente afiados e acertivos. Bem melhor do que o argumento confuso e fragmentado do filme anterior em que Owen participa ao lado de Julia Roberts, "Duplicity".
Deste filme sai-nos um Clive Owen que agrada a todos.
Consegue render todo o "mulherio" com o seu charme de homem incorrigível e sofrido que chega mesmo a perder parte do seu lóbulo direito da orelha num tiroteio barulhento no Museu Gugghenheim.
E consegue arrecadar também a aprovação da população masculina mais céptica com a decisão da sua personagem lutar contra o IBBC pelas suas próprias mãos, facto revelador do seu carácter obstinado e da sua sede pela justiça.
Owen sai reforçado deste filme com total merecimento devido à sua imensa força motriz que leva tudo e todos atrás sem nunca cair no ridículo ou na violência exagerada.Whitman e Salinger são companheiros e colegas sem nenhuma tensão romântica à mistura com um objectivo comum reforçando a realidade e crueza da película. De tal forma que assim que Salinger leva a sua luta para o outro níval, Whitman separa-se deste.
E eis que é aqui que o verdadeiro confronto se dá com um final já esperado no sentido da palavra "vingança" porém, inesperado na questão pessoal e espiritual do nosso herói. No fim de toda aquela acção de que fomos testemunhas, Salinger parece reticente no meio de todos aqueles telhados garridos de Istambul num fim de tarde abafada quando o tiro é disparado e a bala aterra na cabeça "daquele" homem.
Neste filme apesar da expectativa em torno da actriz Noami Watts, esta não surpreende mantendo o registo de actriz simpática e insípida. É verdade que o papel não é muito exigente mas também é verdade que é esta a mesma actriz que singrou com papéis muito mais intensos em filmes como "21 Grams" e "The Painted Veil".
Participa ainda nesta película o veterano Armin Mueller-Stahl ("Shine" e "The Game"), no papel de Wilhelm Wexler que apesar de ser um papel curto não deixa de ser sabiamente interpretado, como é de se esperar.
Pode-se afirmar que apesar de não ser uma grande obra prima ou mereçedor de Óscar, é um filme muito bem feito e escrito que consegue retratar com exactidão toda este mundo escondido, secreto e silencioso, superior a todos nós, comuns mortais, mas que negoceia "debaixo" de nós.
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[Sim está grande e sim está coxo. Não me interessa. Digam apenas o que acharam]

What's Up Doc ?


E porque raio é que o House dá às horas escandalosamente tardias e insólitas que dá na TVI às segundas e domingos?

E uma Fox, não?

(agora vou.me pôr a ver o "Foi Assim que Aconteceu" que de momento estou revoltada e não há nada melhor para ultrapassar sentimentos negativos que uma série fofa e pontual acompanhado de chocolate no sofá)

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