domingo, 24 de maio de 2009

Revistas


Meus caros e praticamente inexistentes voyeristas, aqui vos saúdo desta meia.noite de uma maravilhosa segunda.feira - bem sei que aguardam em ânsia e expectativa a nossa futura rubrica (não posso censurar ninguém, pois eu também aqui a espero fielmente) mas estas coisas precisam de empenho, premeditação e.. de uma bela selecção oficial que determinará os felizes escolhidos para aqui figurarem. Ou então não. Mas pronto, aqui ninguém se ofende neste pequeno espaço privado e o que eu quero mesmo é falar.vos do que foi a minha vida há duas semanas atrás, apenas para meu egoísta devaneio: um agradável e corriqueiro - inferno.

Mas não façamos disto caso. Esqueçamos as semi.directas (em que só vingava mesmo uma hora de sono para que, quando o resto do mundo cá em casa acordasse, não me visse ainda de olho colado ao ecrã do computador) ou as mui afortunadas noites em que lá consegui ir para a cama a umas espectaculares 4h da manhã - saudosos tempos estes. E o mais curioso.. bem, é que em justa verdade não posso culpar mesmo mais ninguém senão eu. Digamos que é sempre esta maravilhosa relação que eu tenho com o tempo de tanto amor, tanto amor, que chega a roçar a violência doméstica de bastão na mão. E no fundo o motivo era tão simples quanto isto:

dar os últimos retoques numa revista personalisada.

Confesso que me fez alguma comichão nos nervos tais hábitos noctívagos por noites consecutivas mas também acho, não já sem uma nota algo masoquista implícita, que se aplica aqui bem o provérbio que "quem corre por gosto não cansa". E enfim, se as minhas súbitas necessidades de adormecer no autocarro provam o contrário (que sim, que afinal até cansa um bocadinho ficar privado de boas horas de sono) a verdade é que, preguiçosa como sou, não ficaria de todo ali se não me desse um certo prazer todas aquelas photoshopices e outras edições que tal numa tentativa de perfeccionismo inútil. E depois, uma da manhã, três, cinco... hão.de reparar o quão espectacular é a relatividade do tempo na madrugada: se temos algum projecto para fazer é vê.lo voar disparado pelos número frios do relógios digital; se pelo contrário sofremos de insónias ou de algum pesadelo que nos acorda a meio da noite é aguardar pelo moroso arrastar dos minutos até que os primeiros pássaros da alvorada nos tragam alguma esperança de vida existente nas ruas.

Mas voltando à revista, este fruto de um trabalho de área de projecto em conjunto com o senhor miguel e a menina desenho animado (e até com a participação do artigo ímpar da Hepburn sobre o filme Milk), o que é facto é que fiquei com os sentidos espicaçados para esta área. Acabei aquilo e até pensei, muito sincera e criticamente, que teria de servir pois aquilo que projectara inicialmente era.. bem, era algo ilusoriamente grande.

Mas pronto, lá me reconciliei com a vida. Afinal o público pareceu gostar e, mais importante que isso, também a professora que nos vai dar nota - por isso façam figas desde já. De resto, as ideias ficaram; uma série de ideias efevervescentes e borbulhantes que, quem sabe à pala de pretexto, não se haviam de adequar lindamente às crónicas? Vá lá que não seria motivo para chamar leitores.. mas que bem que assentavam no formato.

E só para chatear, nem a propósito, hoje dei de caras com algo maravilhoso que se não roça exactamente aquilo que tinha em mente, então é porque vai para além do concebido (é favor notar o geniozinho que está em virar as páginas de uma revista virtual). Afinal quem não gosta de motivos vintage, ideias alternativas, tiragens selectivas e grafismos cuidados?
Eu sei que gosto.



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