domingo, 29 de novembro de 2009

Um post tricotado a lã

Não me apetece-me falar de nada muito profundo - quero fazer um post despreocupado só mesmo pelo salúbre prazer de o fazer. Acima de tudo... quero falar para escapar à obrigação iminente de trabalhar no meu projecto em tamanho king size espalhado desordeiramente pelo chão e sem fim prático à vista.

A bem dizer, hoje estou "Caeiro".
Que se lixem as filosofias, as teses e os debates complicados. Que se lixem mesmo. Hoje fico reduzida a uma ponto tão insignificante como concentrar-me em trabalhar e apreciar a luz difusa de um sol de inverno disperso por este ambiente pós-neblina (ou pelo menos quando ainda havia esse sol de tarde horas antes).

Gosto particularmente destes dias pelo que são: frios e crus... mas incrívelmente solarengos. Não há dia de sol que saiba tão bem como o que vem em céu limpo a seguir às longas chuvas ou aos períodos de denso nevoeiro. Aquele raiozinho de calor que se destingue e aquece a parte de trás da nuca quando procuramos ter todas as partes do corpo o mais tapadas possível. E por falar em tapado, o gosto que dá um bom cachecol, daqueles de malha compridos; um sobretudo quente com grande botões; o ouvir uma música de ipod de manhã no reduto invencível dos agasalhos.
A sério, nem eu faço ideia quando é fiquei tão hospitaleira para Novembro e para esta altura do ano em especial. Um panfleto da Lux que recolhi ao acaso, no entanto, ilustrava perfeitamente este sentimento. Rezava assim:

"Precisávamos de razões novas para dançar. Precisávamos de mudar de clima e fazer descer a temperatura para termos o prazer de a fazer subir. À liberdade da pele à mostra, sucede-se agora o mistério bom de um sobretudo. E sobretudo, o frio é uma muito boa razão para nos aproximarmos e dançarmos para aquecer."
(aconselho vivamente a leitura integral do texto original)

Gosto de calor mas também começo a aprender a gostar do frio. Há simplesmente qualquer coisa de nostálgico. E com este pensamento de saudosismo em suspenso o Caeiro acaba de morrer.

[na imagem, Renée Zellweger e Colin Firth no Diário de Bridget Jones]

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