quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Piano do Sexto Direito


Existe uma espécie de estado de espírito de pacífico amolecimento em ouvir o vizinho do andar de cima a tocar piano música após música - sempre à tarde, rotineiramente, no quarto da Madalena e no tom meio desvanecido que as paredes ainda permitem. Só se ouve no silêncio de uma casa vazia e no lusco-fusco das sete horas de dezembro.

Como agora.
Paz de alma empacotada vendem? É que eu de trabalho já nem falo e neste momento só Tchaikovsky dá uma mãozinha. Daqui a bocado volto para a despreocupação de ouvir uns FotC ou o rock corridinho de uma lista de músicas já batida. Mas haja paciência. No silêncio do lusco-fusco queremos é piano desvanecido.

(e por falar em músicas, tenho ainda pendente de modo flagrante a crónica do grande concerto dos Franz Ferdinad! se não foi grande foi intenso, e se não foi nem uma coisa nem outra vão-se lixar, que as dores do corpo e da alma quando cheguei a casa e percebi que a luta de um dia de meio da semana ainda não tinha acabado, foi de cair para o lado. oh, happy days!)
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