sábado, 30 de outubro de 2010



casa, apontamentos, aquecedor junto aos pés, chá e camisolão. chuva lá fora e música cá dentro. por mim tudo bem por hoje non?

senhor Gosling na imagem.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

De raspão



Foi algures na semana passada que voltei a ter um daqueles encontros casuais quando ia a sair do metro do marquês.

O rapaz estava ali na fila para apanhar o mesmo autocarro que eu, e mal o ia reconhecendo: era um daqueles colegas de infância que já não se vêm genuinamente há muito tempo e que depois voltamos a encontrar do nada, por mero acaso. Este já não o via desde o sétimo ano, ou algo parecido (há uns quase sete anos, será possível?) e as memórias que tinha deste miúdo vinham dos tempos da infantil até ao colégio, nem todas fazendo-lhe necessariamente justiça diga-se verdade. Por alguma razão, a lembrança que me vinha imediatamente à cabeça correspondia a uma fase de baralhos magic no chão, corridas de um lado para o outro e quando os rapazes roubavam os sapatos e as malas às raparigas no corredor para se porem a fugir de forma maníaca... True story. E, estranhamente, não há tanto tempo quanto isso.

Ele está bem, a tirar arquitectura no ISCTE e tinha projectos em mão para trabalhar durante aquela noitada (mais uma em branco, dizia). Enquanto falava sobre eventualmente estagiar num sítio qualquer e das cadeiras de matemática que tinha no técnico, eu não pude deixar de sentir uma certa estranheza por responder que lá ia indo bem, na Faculdade de Belas Artes a tirar Design de Comunicação. Agora, não me interpretem mal. Adoro aquilo, cresci bastante e estou mesmo a fazer algo que gosto. Mas penso que o que me levou a ter esta sensação em primeiro lugar foi o facto de me lembrar deste meu amigo como uma pessoa meio distraída e com umas notas apenas razoáveis (não sei, talvez a memória me engane), e vê-lo agora num cenário onde não o imaginaria desconcertou-me de certa maneira.

Embora esteja feliz por ele, principalmente nestes encontros de “que é feito de ti e o que andas agora a fazer”, não consigo deixar de pensar que, quando falo de mim, isto não é exactamente o que as pessoas estavam à espera. Ou melhor: que talvez isto não seja bem aquilo que eu estava à espera para mim. É estranho não é? Provavelmente é este meu forte carácter de constante indecisão e confusão a falar mais alto mas não consigo deixar de pensar no “e se” destas coisas: se a incerteza é por culpa do curso em si, de mim e da minha capacidade de trabalho ou de ambos - suspeito da última. Contudo, como lhe disse as coisas vão indo bem e não sei quantas mais vezes já repeti isto. É verdade mas uns dias mais do que noutros.

De resto, foi bom tê-lo apanhada na viagem de autocarro. Eu geralmente fico de pé atrás com pessoas que não vejo há muito tempo, não sei bem como as abordar e nem sei como se vão comportar, mas fomos relembrando bons pormenores e pessoas perdidas no tempo. Uns o que andavam a fazer, outros completamente já sem rasto. E não há nada mais curioso que ver como as coisas mudam no espaço de poucos anos, como as relações de amizade se alteram de tão voláteis que são, e como as pessoas acabam por evoluir muitas vezes de formas inesperadas.

É curioso e resta saber que raio será de nós aqui a uns anos.


Winslet e Dicaprio na imagem.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

aos casais



porque este blog estava a precisar de um bocadinho de esperança. não te parece, comparça?

terça-feira, 19 de outubro de 2010



aah, se soubessem o que isto me fez rir. como eu gosto de black adder. honras da casa por rowan atkinson e hugh laurie na imagem.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

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Action leads to reaction.

[Big Bang Theory gang. Mr. Parsons, Miss Cuoco and Mr. Galecki.]


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

yahoy october!





foi preciso vir uma amostra de tempo manhoso para me lembrar que adoro ver aquele céu limpo a seguir a uma chuvada, nas manhãs do meu quarto - a luz esbatida, o ar frio e os meu bons lenços compridos enrolados à volta do pescoço. soube bem apesar de ter ficado em casa, a procrastinar mais do que devia. mas é bom saber que afinal sempre tenho um bocadinho de outubro em mim e (a partir de agora) um bocadinho também de dezanove na conta.


imagem de um bom rapaz que aparentemente também faz anos hoje, senhor Hugh Jackman.

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terça-feira, 5 de outubro de 2010



Não me perguntem porque é que ainda não tinha conseguido ver O Padrinho de uma ponta a outra, ao fim deste tempo todo. Nem como é possível meter o Pacino de 1972 de lado. *bites knuckles*

domingo, 3 de outubro de 2010

another week


[Sam Rockwell. Um dos meus actores preferidos]

sábado, 2 de outubro de 2010

How the hell do they do it?



Sou daquelas pessoas que precisa de ter um bom diário por perto.

Dei-me conta disto quando redescobri inesperadamente, esta manhã, o velho caderno todo forrado e bem guardadinho sobre os postais da gaveta (ironicamente ou não, uma das prendas mais certeiras e estimadas dos últimos anos minha cara!) e não resisti a levá-lo comigo para Cascais e a folhear pedaços soltos daquilo no meu tempo livre, esta tarde.

Cheguei a esta conclusão porque, em primeiro lugar, percebi que funciona relativamente bem como terapia auto imposta para não adiar relatos, para me manter a par do que tenho na cabeça e do que deveria fazer, mas também por aquela espécie de gozo e paz que dá, anos depois, ver aquelas páginas todas preenchidas com linhas sucessivas de caligrafia (mais cuidada e pequena ou desorganizada e solta, conforme os dias) e de pensamentos dispersos. Outra razão flagrante, é que não consigo deixar de ficar surpreendida pela a forma como pensava numa determinada altura e de perceber até que ponto há coisas que se tornaram tão diferentes e outras que se mantém tão iguais a si mesmas.

E neste ponto, acabo sempre por voltar à estaca zero.
Porque HÁ, pura e simplesmente, coisas que estão iguais seja há dois anos, há um verão ou há uma semana atrás. Ao mesmo tempo, aproxima-se também aquela data omnipresente que marca os dezanove. (oh a euforia, a puta da loucura) A pergunta que se põe é: and now what? Porque é que eu continuo com a sensação que estou a correr sem sair do mesmo lugar? Porque é que da quantidade de linhas caligrafadas, umas atrás das outras, o sub-texto parece acabar por rondar sempre no mesmo?
E acima de tudo:


(how the hell do they do it?)


Enfim. Rever passagens antigas de diário não me deixam de todo frustrada, só céptica. É verdade que é um cepticismo sereno e despreocupado, com álbum completo de Janelle Moane como fiel banda sonora e o sol frio de uma tarde de Outubro em plano de fundo. Mas não deixa de ser uma perspectiva céptica para o que quer que se escreva a seguir.


(marion cotillard numa fotografia absolutamente espectacular, na minha opinião. damn you french bohemia and your charm!)