segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Back to the Ground



Sinto-me ainda no rescaldo de uma semana de férias, com apontamentos de coisas simples mas boas e a estranheza do tempo livre. Ao sol quente na parte de trás do pescoço, vem a chuva infiltrada dentro dos meus sapatos. Se fosse há uns anos atrás queixava-me da falta de tempo que foi e do que raio implica estar neste Inverno, mas neste momento penso que secretamente deixei de me importar demais. Se me distrair, facilmente imagino que estou noutro sítio qualquer, de mala às costas no centro da Europa, com um céu destes ou ainda pior; na vontade prolongada e obstinada que tenho em viajar (pestanejo e tento voltar à terra, porque já esteve mais longe). Mas por enquanto acho que sou capaz de dar recado, mesmo que chegue quase sempre entre as oito e as nove a casa e esteja ensopada - preciso é deu um bom guarda-chuva, de uns botins jeitosos à prova de água e de um copo de vinho tinto ao jantar, de vez em quando, que sabe pela alma.

Olhando em retrospectiva, penso que essa preciosa semana livre soube-me tão bem porque me tentei voltar a agarrar coisas que de facto
gosto: tirei as minhas fotografias, desenhei, comi terrivelmente bem como já não o fazia ao tempo, música revisitada, apanhei sol, café, alguns filmes por ver, as aulas de código por fazer, as tertúlias tardias e os cantinhos em lisboa por explorar (bolas, até dos cheiros quentes e doces a sobremesas me lembro). Confesso que foi preciso a boa-vontade de outros para me puxarem para estas coisas, mas ainda bem que o fizeram, soube lindamente manter este ritmo e na quantidade certa. Lembrou-me o que é parar um bocado, a sensação de relativa paz de espírito que no fundo é.. bem suponho que a ausência de todo o ruído. E por fim, a sensação de não estar sempre a correr à superfície, à pressa e em cima de um banco de frustração. Garanto que precisei disto para me lembrar.

É claro que sem trabalho tudo é mais fácil. Tento estar atenta mas, acima de tudo, também estar
equilibrada dentro do meu caos. É a palavra de ordem que me falta, é aqui que tenho de me obrigar a fazer as duas coisas. Não me importo de dizer que apaixono pelas pequenas coisas, pessoas e momentos na minha vida, mas tenho de me lembrar mais deles.

(vai ser terrivelmente imperfeito este meu novo semestre, estou mesmo a ver, mas cá estou pronta para o meu milionésiomo round: again.)


os cheiros a apfelstrudel e seguramente a melhor sandes dos últimos tempos, tudo no pois café com amor.

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